quarta-feira, 7 de março de 2012

Trafego

  Estou dentro do carro, vestindo uma jaqueta Firebolt azul da Adidas, uma calça jeans surrada azul muito escura, e um tênis preto e branco da Nike que achei no fundo do armário.
  Ligo o rádio em uma estação desconhecida onde uma musica suave flutua por entre os assentos. Olho pelo retrovisor e percebo que, no céu, se forma uma nuvem negra com uma aparência um tanto que amedrontadora.
  Lembro que estou atrasado para um compromisso importante e retiro a chave do carro de meu bolso esquerdo, ligo o carro na primeira tentativa, o quê não é comum, pois aprendi semana passada a dirigir.
Faço o carro dar um brusco solavanco para trás e lembro que esqueci de mexer no freio de mão. Finalmente tiro o carro da calçada e viro uma, duas, três esquinas até parar em um sinal vermelho onde um garoto pobre começa a fazer malabarismo com três bolas de tênis, deixando uma cair após a outra, sua face muda, percebo o medo em seus olhos, e sigo seu olhar até atrás de uma árvore, onde se esconde um adolescente que aparenta ter 17 anos, que estala os dedos em uma posição ofensiva. Sinto dó do pobre menino que talvez seja surrado após o pequeno show, na mesma hora, como um reflexo, puxo uma nota de cinqüenta reais da carteira e espero o garoto passar com o boné em suas mãos. Abro o vidro do carona e escondido, boto a nota de cinqüenta em seu boné e pisco o olho direito para ele. O garoto abre um esplendido sorriso, agora fora de encrenca, fecho o vidro na mesma hora em que o sinal abre.
  Sigo por minha rota diária durante meia hora quando sou interrompido por um transito gigantesco e uma rajada de buzinas que ensurdecem meus ouvidos. Ligo o aquecedor, na esperança que o frio que sentia desaparecesse, o que, por sorte funcionou. Ouço trovões atrás de mim, me viro e percebo a enorme nuvem que observei antes e agora se tornou uma tormenta, vindo em minha direção, ouço aos poucos o barulho da chuva batendo nos carros que esperam impacientemente atrás de mim. Sinto o cheiro de terra molhada passando pelo aquecedor e atingindo minhas narinas.
  Ouço no rádio uma conversa entre o governador e um cidadão nervoso no rádio. Aumento o volume e ponho-me a ouvir:
-COMO VOCÊ CONSEGUE DORMIR A NOITE SABENDO QUE VÁRIOS TRABALHADORES SÃO DESEMPREGADOS POR NÃO CUMPRIR SEU EXPEDIENTE? E ISSO SÓ POR QUE VOCÊ,
GOVERNADOR CORRUPTO, NÃO TEM A “VONTADE” DE MANDAR INSTALAR UM SISTEMA DE TRANSPORTE DECENTE! SEMÁFOROS, CALÇADAS, FISCALIZAÇÃO....
  Mudo a estação de rádio na mesma hora, pois sei que o governador responderá algo que me fará vomitar no futuro.






segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Eu... ...Sei

Eu sei que nunca mais te verei, pois neste exato momento, não somente nossas vidas, mas as de milhares de pessoas estão se desenlaçando, para compartilhar uma amizade nova., deixando apenas rastros de lembranças que para alguns, significa mais do que uma vida inteira.
Eu sei que não fiz parte de sua vida, de suas lembranças ou de suas emoções.
Eu sei que talvez um dia, você venha a me perguntar: quem é você?
Eu sei que você está seguindo o fluxo de sua vida e sou obrigado a, nadando contra a corrente, seguir com a minha também.
Eu sei que você sempre fará parte de minhas lembranças como uma época marcante de minha adolescência.
Eu sei que você nunca notou meus sentimentos, e nunca notará.
Eu sei que você "seguirá em frente" me deixando sem esperanças.
Eu sei que talvez, algum dia acharei alguém tão atraente para mim quanto você e me confortarei em sua vida.
E com isso eu desejo para você uma vida feliz e cheia de romances, mesmo que talvez você nem leia esses versos sofridos e lamentados e escritos apenas para uma pessoa no universo inteiro...
VOCÊ.





Continuarei escrevendo em meu blog como um lugar onde eu possa "desabafar".
Eu, um adolescente que sente que um dia as coisas possam melhorar
Como qualquer outro em bilhões


Com um óbvio amor...
Júlio Fiocchi